O gamer é um consumidor apaixonado, que assim como o fã de música ou cinema, leva esse amor por seus jogos favoritos para além do momento em que está em frente às telas. Eu sempre acreditei nesse conceito, de estilo de vida gamer, como algo que vai muito além do ato de jogar, mesmo quando era essa a percepção geral das próprias publishers de jogos e agências de publicidade.
Quando olhamos os consumidores de jogos digitais, é preciso pensar no estilo de vida gamer, que envolve mais do que apenas gostar de jogar. Perceber essa diferença é essencial para as marcas que querem alcançar este público, para ações publicitárias e até para as desenvolvedoras de jogos.
No passado, era comum eu escutar que a capa do jogo era o suficiente para convencer o gamer e que para as marcas, os jogadores eram apenas um bando de crianças. Sim, escutei muito essas afirmações.
Pois é, mas nos últimos anos nós vimos que o gamer não é mais o jovem que enxerga no videogame só um brinquedo, mas é também uma pessoa assim como outras que estuda, trabalha, tem conta no banco, faz compras, tem carro e o videogame, seja em qualquer plataforma, é mais que um brinquedo e sim a sua escolha como plataforma de entretenimento e de socialização.
Esse ponto é fundamental para analisarmos o que o mercado de games tem para oferecer para diversos segmentos e marcas. Ao observar as várias iniciativas recentes, é incrível imaginar até onde o estilo de vida gamer pode chegar. Posso dizer que ainda está na moda usar camiseta de super-heróis, mas camisetas de games estão mais na moda ainda.
Relação de longo prazo
Entenda: quem é gamer gosta de viver esse mundo e de expressar esse sentimento para as pessoas. Isso se chama paixão. A camiseta, o boneco Funko na prateleira, a caneca personalizada e por aí vai. E quando temos marcas de automóveis, vestuário, salgadinhos, cartões de crédito, bebidas e cosméticos, por exemplo, criando e personalizando seus produtos para alcançar esse público, nós temos uma outra relação que não pode ser vista apenas no curto prazo, pois ela alcança exatamente esse ponto da paixão.
O gamer é apaixonado e por isso ele é um consumidor extremamente engajado e que vai exigir qualidade e uma relação verdadeira com a marca. Eu considero toda a iniciativa positiva, seja uma campanha, patrocínio e outros, mas é importante destacar que esses projetos precisam ser de longo prazo, para que o gamer veja valor nessa relação. É preciso tomar os cuidados para que essas ações não sejam apenas uma grande bolha momentânea, mas que sejam duradouras. Ao fidelizar um consumidor engajado com a marca, todos saem ganhando.
Posso concluir, falando por mim, que nunca fiquei tão feliz em meus 40 anos como ao ver que ser gamer hoje não é encarado como sinônimo de ser uma pessoa desocupada e vazia, ou de pessoas que não socializam com outras. Pelo contrário, construí parte da minha vida e carreira movido pela paixão por games, e é isso que eu espero que as marcas entendam em seus diversos projetos que você agora pode fazer parte da vida desses gamers. Eu mesmo já tenho as minhas marcas do coração como gamer, mas essa é uma história para outro dia. =)