Crossover: o que é e como funciona dentro do entretenimento?

A conexão entre filmes, música, esportes e games segue firme e forte.
20/07/2021
POR
Carlos Silva
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O que você vai ver neste artigo:

Já faz um tempo que os universos de entretenimento vem se encontrando, talvez agora com maior clareza e impacto pois em outros momentos isso até já acontecia. Mas nos sempre percebíamos que tudo precisava ainda ficar dentro da sua caixa, por um erro de percepção, ou talvez por questões de licenciamentos e assim cada um no seu quadrado.

Então algumas leituras como o perfil de quem gosta de games e de uma pessoa que só gosta de games? Quem gosta de esporte só gosta de esporte? Os atletas de futebol tem que estar em jogos de futebol e os personagens de luta só podem estar em jogos de luta? Sim, era isso mesmo. E assim foi se construiu nos últimos anos ações, campanhas e projetos, porque ninguém arriscava muito sair do seu eixo estabelecido de público.

O que é crossover?

O crossover é conhecido como o encontro de propriedades intelectuais de uma mesma empresa ou de empresas diferentes e até mesmo de setores que não são de games ou entretenimento. Esse tipo de ação é um movimento conhecido em filmes e séries de super-heróis, algo que vimos bastante nas séries da DC, onde os episódios eram conectados e os personagens apareciam em episódios de outras séries.

No mundo dos games temos observado várias ações interessantes e podemos até dizer que estamos indo para outros níveis de experiência. Isso porque o crossover vem quebrando barreiras, já que percebemos que quem consome entretenimento gosta de muitas coisas, então eu posso ser um fã do Cristiano Ronaldo, jogar Free Fire e ser torcedor do Corinthians? Sim, e tudo isso pode estar em um mesmo lugar.

O crossover nos games

Reprodução: Cristiano Ronaldo como personagem no Free Fire e customizado com a camisa do Corinthians.

Dentro do ecossistema de games nós estamos percebendo algo ainda maior, um meio que é extremamente engajado e muito ativo no consumo de games e várias outras coisas. Com a pandemia que impactou diversos segmentos do setor de entretenimento no último ano, nos vimos que os olhares foram direcionados aos games, já que a categoria se manteve muito ativa, foi uma das principais plataformas de entretenimento com uma agenda muito boa de lançamentos e torneios de eSports, uma rápida adaptação para o que estava acontecendo. E também pode contar com um diferencial, a imersão dos seus consumidores, algo que vimos na 8ª edição da Pesquisa Game Brasil.

Reprodução: Músico Travis Scott como personagem jogável no Fortnite

Quando juntamos isso com a própria indústria de games que entendeu que a sua propriedade intelectual pode sim fazer parte de outras experiências e assim por diante, tudo mudou. Eu já tinha falado sobre isso quando citei o Fortnite sendo o jogo que virou a nova casa dos super-heróis e sim, continua sendo e indo além e é isso que o público quer. Hoje as experiências nos games podem sim ser conectadas, onde um produto apresenta o outro e quem ganha é o consumidor. Não é sobre perder dinheiro ou audiência, mas é indo onde o público está e capturando a sua atenção.

Para ajudar nesse entendimento vou listar abaixo os principais movimentos nesses últimos meses e que fizeram a diferença no mercado de games e principalmente para o público

Personagens de luta em outros universos

Uma franquia dos anos 80 e que até hoje possui uma série de jogos, o que inclui o Street Figjter V, produto comercializado desde 2016 mas que talvez tenha ficado mais isolado dentro do seu próprio público.

Recentemente vimos seus dois icônicos personagens em outros jogos, no caso Ryu e Chu Li aparecendo primeiro no Fortnite como personagens jogáveis e logo depois no Free Fire. E aí fica a pergunta, poxa mas eles são personagens de luta e tá tudo bem. Qual o problema de inserir eles em outras franquias e que podem ao mesmo tempo levar o interesse no clássico jogo de luta.

Reprodução: Personagens Ryu e Chu Li da franquia de luta Street Fighter como personagens jogáveis no Fortnite.

Basquete e Futebol de um jeito diferente

Pensar em esportes nos games é ir direto nas franquias FIFA, PES, Madden, NBA 2k e assim por diante. Mas a sacada em conectar essas propriedades com jogos que não são necessariamente de eSports foi o diferencial.

No Fortnite tivemos desde a camisa de clubes brasileiros, personagens como o Neymar e outros atletas como Reus e Harry Kane como personagens jogáveis. Somando isso com a presença das marcas dos times de Basquete e Futebol americano, além do Corinthians que teve a sua camisa no Free Fire.

Reprodução: Times e uniformes oficiais da NBA no Fortnite.

Isso deixa claro que essas marcas visualizaram um potencial de quem joga games que estão em outras categorias e que o mais importante é você vestir a camisa e expressar isso, não importante onde você esteja.

Reprodução: Marcus Reus e Harry Kane, e suas skins de personagens dentro do Fortnite.

Músicos, artistas e o novo espaço de celebridades

Essa frente também tem se tornado cada vez mais comum, aqui no Brasil por exemplo a Anitta, Gabriel Medina e o Fred (Desimpedidos) já foram personagens no modo Volta do FIFA 21. Além do DJ Alok que virou um personagem no jogo Free Fire e outros artistas em regiões do mundo que de alguma forma encontram bons caminhos para se conectar com esse público.

No Fortnite mesmo é comum o movimento de músicos e artistas que surgem em ações especiais com o Travis Scott, mencionado nesse artigo e outros que sempre aparecem nos vários modos do jogo.

Reprodução: A cantora Anitta e o atleta Gabriel Medina como personagens jogáveis no modo Volta dento do jogo EA Sports FIFA 21.

Indo além dos games e se consolidando como plataforma de entretenimento

Possivelmente um dos cases mais recentes foi a parceria do Gaules com a transmissão da NBA. Foi algo muito relevante pois tivemos um dos maiores eventos esportivos que é a NBA sendo transmitido por um dos maiores streamers da Twitch no Brasil e no mundo.

O Gaules é dono de recordes incríveis onde já teve um pico de 396 mil pessoas simultâneas no BLAST Premier Spring Finals norte-americana de CS:GO (Counter Strike: Global Offensive), onde tivemos a MIBR, time brasileiro que acabou perdendo na final para o Evil Geniuses.

Parceria Gaules e NBA

E só para concluir, essa parceria com a NBA teve um resultado 15 vezes maior que o canal da Budweiser tinha alcançado em transmissões passadas. O pico de 142 mil pessoas simultâneas deixa claro a força do Gaules como personalidade e como um canal de alto alcance.

E por fim, com o lançamento do novo filme Space Jam 2 New Legacy, a ação de lançamento inseriu um dos maiores nomes do basquete e protagonista da animação, LeBron James dentro do Fortnite. O personagem marca presença em um dos jogos que mais tem investido em ações de parceria e licenciamento. Sem dúvida mais uma bela ação crossover entre cinema, games e esportes.

Reprodução: LeBron James, com sua skin dentro do jogo Fortnite.

Mais algum exemplo de ações que valem a pena mencionar? Comentem aqui embaixo =) #GG

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