O que é metaverso?

Saiba mais sobre esse tipo de experiência nos games.
29/10/2021
POR
Carlos Silva
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O que você vai ver neste artigo:

O termo metaverso é algo que tem ganhado muito espaço nas discussões estratégicas de marcas e diversos setores no mundo todo. Esse conceito que talvez seja mais comum você ter escutado vindo da cultura pop e dos games, onde um produto pode ser repleto de personagens, narrativas e conexões que criam um universo proprietário e sólido, a ponto de gerar um outro tipo de valor para as pessoas.

Nos games é algo parecido, mas por ser um ambiente digital, 3D e que permite imersão e engajamento, nos podemos afirmar que são ambientes incríveis para o desenvolvimento de muita coisa e até mesmo coisas que ainda não imaginamos.

Você já deve ter se perguntado ou questionado por exemplo, “Custa tudo isso uma skin de personagem em um jogo?”. E por mais difícil que seja aceitar ou entender, esse tipo de conteúdo tem valor para muitas pessoas hoje e mais que isso, existe um ecossistema e cultura presente e ativa por trás dele.

Nesse artigo vamos trazer mais detalhes e alguns exemplos de metaversos no universo de games e que ao longo dos últimos anos com o avanço tecnológico e apoio de fãs e comunidades, se tornaram ambientes muito mais amplos e de diversas possibilidades. E agora possivelmente a próxima pergunta deverá ser: “Como eu faço parte disso?”

O que você vai encontrar nesse artigo:

1 – A história do metaverso
2 – Elementos fundamentais de um metaverso
3 – O ecossistema de um metaverso
4 – Games como plataforma central

A história do metaverso

Os ambientes digitais e imersivos são até que bem antigos, antes mesmo dos anos 2000 quando a internet surgir com muita força no mundo todo.

Mas possivelmente foi com a chegada do Second Life em 2003, que vimos de maneira mais midiática as empresas e profissionais entrando em um universo novo. Na época empresas como bancos tinham suas agências dentro do game e funcionários que trabalhavam atendendo os consumidores também dentro do jogo.

Reprodução: Second Life, lançado em 2003.

Na época, talvez pela limitação tecnológica ou até pela proposta de conteúdo, o game começou a cair seu engajamento mas isso não foi o fim. Pois a partir daquele momento que outros universos imersivos surgiriam nos anos seguintes como Roblox e Minecraft.

Esses que são jogos focados em criação mas principalmente direcionados pela comunidade, um fator fundamental dentro de uma proposta de experiência no metaverso.

Elementos fundamentais de um metaverso

Ambiente Social

Um fator fundamental é a socialização que existe em um metaverso. Não é uma experiência única e exclusiva de uma pessoa, mas a intenção é um que esses ambientes tenham muitas pessoas vivendo e compartilhando aquela experiência juntas. E não se engane achando que é uma competição, muitas vezes a experiência é estar junto curtindo o momento.

Reprodução: Show da Ariana Grande dentro do Fortnite em 2021.

Digital e Escalável

A experiência de fato é digital mas o que se exige cada vez mais é uma capacidade de criar experiência tão gigantescas quanto no mundo real. Com uma demanda crescente é importante que esses ambientes proporcionem e ajudem no aumento das comunidades, assim o espaço será cada vez representativo para muito mais pessoas.

Interativo e Imersivo

Podemos destacar que jogar um jogo é uma experiência imersiva, mas cada vez mais a audiência quer que essa experiência dure por um tempo maior. Um evento, uma ação precisam ter uma narrativa que atenda essa expectativa, assim como nos filmes que antigamente duravam 1 hora, hoje na grande maioria todos duram 2 horas ou mais.

Nos games o público já dedica horas e essas experiências no metaverso tendem a ser também assim e se existir a possibilidade de recompensa, sem dúvidas será um fator de sucesso.

Reprodução: Destiny 2 teve um evento no final da temporada da Intervenção, que mudou todo o mapa, storytelling e recompensou os jogadores que acompanharam.

Virtual mas que gera valor

Apesar de ser um ambiente virtual, tudo que se adquire nesses lugares é algo que possui valor. Isso porque, cada vez mais as experiências digitais estão ficando marcadas por momentos especiais.

É como ir em uma viagem e comprar um item do local como lembrança. A experiência no metaverso também pode criar esse tipo de conexão e essa lembrança ou item, sem dúvida é algo exclusivo e de valor para muitas pessoas atualmente.

Reprodução: Fortnite com itens exclusivos adquiridos durante o evento do artista Travis Scott em 2020.

O ecossistema funcional de um metaverso

Conteúdo

É a base atual do modelo de negócios de muitos jogos. Temos espaço para experiências de todos os tipos, mas quando falamos de metaverso e manter uma alta audiência engajada, é preciso muito conteúdo. Isso porque a oferta de espaços já começa a ficar competitiva e com isso a chance de perde espaço é grande.

Por isso, muitos jogos tem aberto as possibilidades para criar ações, eventos, patrocínios e todo o tipo de atividade que demonstre para o público uma atividade e ao mesmo tempo trazendo novos jogadores.

Reprodução: PGB lança uma campanha em parceria com o time do Liverpool e com itens exclusivos.

Livestreaming e Comunidades

Dentro do universo de games é claro que os streamers tem um papel fundamental e de valor para um metaverso. O público cria uma identificação nessas pessoas e assistir essas reações e jogatinas é algo que agrada e gera visibilidade.

Os cases de sucesso ou os jogos que criaram metaversos sólidos, foram criados com base na experiência de criadores de conteúdo e streamers, que apoiaram as iniciativas.

Reprodução: Criadores de conteúdo simulando a vida de um funcionário no Mc Donalds.

Tecnologia e Infraestrutura

Hoje podemos dizer que a internet está instalada em boa parte dos ambientes familiares ou na mão das pessoas através dos aparelhos de celular.

Mas pensando em capilaridade como o Brasil, ainda existe um grande desafio em fazer essas experiências chegarem na frente de todos os jogadores, seja hardcore ou casual.

Possivelmente o 5G e novas tecnologias como o Cloud Gaming, serão fundamentais para o sucesso desses espaços interativos.

Reprodução: Xbox Cloud Gaming é um serviço que fornece jogos que rodam em diversos aparelhos através da tecnologia em nuvem.

Multiplayer e Real Time

Se por um lado falamos a experiência de comunidades e stremers, do outro isso só é possível também com a interatividade em massa e ao mesmo tempo.

As experiência que proporcionam esse engajamento coletivo, tendem a ser mais ricas pois aqui temos várias pessoas compartilhando aquela situação ao mesmo tempo, e assim como nos reality shows, geram curiosidade e engajamento de pessoas que querem assistir e se divertir.

Reprodução: GTA RP que contou com uma ação do iFood, onde os jogadores eram entregadores.

Monetização

Nesse ponto o que se discute é o valor que essa experiência gera no mundo real. Já existem modelos que proporcionam o ganho de dinheiro que pode ser convertido em moeda real, mas vale ressaltar que o valor digital que o metaverso cria também é importante.

Se você possui uma conta de itens raros e que podem ser comercializados dentro de um ambiente digital, isso sem dúvidas pode ser de interesse para muitas pessoas. Podemos até considerar que o colecionismo é um comportamento que começa a ganhar força.

Reprodução: Axie Infinity, jogo que tem um modelo de monetização pay-to-earn e que virou um sucesso nos últimos meses.

Games como plataforma central

Considerando todos esses pontos mencionados aqui, é possível identificar a conexão de vários outros setores e oportunidades. Assim como a música, setores de moda e vestuário começam a criar ações e oportunidades para testar esses ambientes digitais e com isso impactar uma nova audiência e em alguns casos ser o protagonista dentro do seu setor.

Reprodução: O Boticário abriu uma loja dentro do jogo Avankin Life em 2020.

Poderia montar uma lista com diversos jogos que exploram setores como turismo, educação, artes, lojas, esportes e bens de consumo. Parece complexo mas é como se fosse o reflexo da nossa vida real em um ambiente digital 3D, que será explorado por pessoas que buscam essa experiência e se engajam por horas e horas.

Não é de hoje que um personagem em um jogo pode beber, comer, fazer exercícios, criar relações de amizade e explorar lugares. A próxima fase é criar novas experiências e que na grande maioria ainda não existem, mas sempre lembrando que por trás de um avatar ou nickname, existe uma pessoa de verdade.

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