Dungeons & Business: A PLATAFORMA SHARITY

Uma chamada para a aventura
21/01/2021
POR
Carlos Silva
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O que você vai ver neste artigo:

Aproximem-se do fogo, curiosos aventureiros, puxem uma cadeira, abasteçam suas canecas e ouçam a história que tenho para lhes narrar.

No longínquo ano de 2016, trabalhava como Diretor de Criação e Planejamento em agência, atendia clientes e projetos interessantes, porém, algo me incomodava. Passei em um teste de sabedoria e aquele vazio que eu sentia começou a ser preenchido pela vontade de iniciar uma jornada em busca de um tesouro maior que me faria dar um passo diferente na carreira: o propósito.

Resolvi me aventurar em diferentes guildas, buscando projetos alinhados com inovação, tecnologia, terceiro setor e o mercado de doações. Tive a oportunidade de aprender muito ao lado de heróis valiosos. Entendi como funcionavam as antigas engrenagens que ainda sustentam esse leviatã financeiro e como se comportam as pessoas que se envolvem diretamente com esse mercado.

Aprender isso foi fundamental para que em 2019 pudesse concluir, após diversas batalhas, que o coração da Sharity deveria ser um recurso valioso, muito poderoso, porém volátil quando manipulado por mãos inábeis: a gamificação.

A Sharity é uma plataforma de crowdfunding com foco em impacto social que nasceu com o objetivo de fazer com que mais pessoas se envolvam com causas sociais mudando a forma como elas se relacionam com os problemas existentes na comunidade. Para isso, oferece aos usuários dinâmicas inovadoras de gamificação e recompensas. Desde seu lançamento, em dezembro de 2019, a startup já arrecadou mais de R$ 2 milhões em doações

Utilizando o Framework Octalysis, consegui me estruturar para colocar as mãos no tão procurado graal do propósito, e gostaria agora de compartilhar importantes aprendizados.

O chamado à aventura

O primeiro desafio, não somente para desenvolver uma gamificação bem sucedida, mas para se criar um produto ou marca customer driven, é entender quem são as personas que se envolvem com o seu negócio. No caso do mundo da doação, o pesquisador e fundador da Achieve, Derrick Feldmann, identificou que existiam três subclasses distintas que interagiam com causas sociais com diferentes níveis de empatia: Os owners, believers e belongers.

Os owners são uma subclasse de humanos casca-grossa que estão acostumados a se envolver em grandes desafios e carregar grandes pesos sobre os ombros. São pessoas que passaram por alguma situação marcante na vida,  como ter vivido em algum local com cenário social desfavorável, ou alguém que conviveu com um parente próximo durante o tratamento de uma doença como câncer, depressão ou Alzheimer. Independente de qual tenha sido a experiência, esse herói cria projetos ou frentes para apoiar aquelas que lhes tocam.

Ao redor desses owners, se encontram os believers, uma subclasse de humanos altamente inteligentes, generosos e dedicados. São pessoas que tem o hábito de doar e acompanhar owners que criam projetos relacionados a causas que eles gostam de ajudar.

Por último, ao redor desses dois, se encontra a mais populosa subclasse de humanos que se envolvem com o mercado de doações, os belongers. Eles são ativos em meios sociais, entendem a importância de ajudar os outros, mas ainda não o fazem com frequência ou nunca fizeram. Para eles a motivação emocional não é o suficiente, eles precisam de prêmios e incentivos mais tangíveis.

Caminho das Provas

Após entendermos quem são os players, nos deparamos com uma antiga ponte protegida por um misterioso enigma, e esse era nosso segundo desafio: como desenhar estratégias distintas para atender as dores que cada subclasse tinha:

  1. Como ajudar o owner a arrecadar os recursos que precisa da forma mais eficiente e transparente possível?
  2. Como incentivar o believer a ajudar mais?
  3. Como motivar o belonger a ajudar agora?

Com o Octalysis em mãos pudemos estimular diferentes drives motivacionais, alguns exemplos:

  1. No caso do owner resolvemos estimular drives como accomplishment, meaning e avoidance, pois descobrimos que muitos dos criadores de campanha não tinham experiência com crowdfunding e não sabiam muito bem o que fazer após a campanha estar no ar. Para auxiliá-los, criamos uma jornada gamificada para se ter uma campanha de sucesso, onde o criador da campanha precisa fazer uma série de quests para completar 3 objetivos diferentes.
  2. Pro believer investimos no reconhecimento e em drives white hat, como meaning e empowerment. Criamos diversos badges para celebrar cada ação correta e mecânicas para que ele possa se tornar um cocriador de uma campanha que ele goste.
  3. Pro belonger, é necessário trabalhar drives mais black hat edessa forma, resolvemos premiar doadores com pontos, milhas e cupons de descontos. Ter essas recompensas no nosso controle também nos permite usar mecânicas promocionais para estimular drives como scarcity e avoidance.

Naturalmente esses são apenas alguns exemplos de ações que fizemos para atender necessidades específicas do nosso público. Para quem acompanhou essa história até o final, eu lanço o desafio: você está convidado a adentrar nosso site e conhecer a plataforma. Quem sabe você não encontra o seu propósito por lá.

Conheça https://sharity.com.br/

Gustavo Henriques:

Publicitário formado pela ESPM, atuou por mais de 10 anos com design, planejamento e criação de experiências, atendendo clientes como Skol, Brahma, Harley-Davidson e Disney. Nos últimos 3 anos, dedicou-se ao desenvolvimento de projetos focados em inovação com propósito nos Estados Unidos e Brasil.

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